SAÚDE

Diabetes: quais medicamentos evitar para quem tem a condição?

A diabetes possui dois principais tipos: o primeiro ocorre quando o corpo não produz insulina, exigindo reposição externa, o que está mais associado a fatores genéticos


O cuidado com a automedicação deve ser uma das principais atenções do paciente com diabetes. A doença crônica requer cuidados contínuos, o que inclui evitar certos remédios que podem interferir no controle glicêmico e agravar o quadro de saúde. O Dia Mundial Contra Diabetes, celebrado em 14 de novembro, é essencial para conscientizar sobre a doença, que, ao receber os cuidados adequados, permite ao paciente uma vida saudável.

Foto: Freepik

Uma pesquisa do Instituto de Ciência, Tecnologia e Qualidade (ICTQ) apontou que 86% dos brasileiros já tomaram medicamentos sem a orientação de um profissional de saúde. Em outros termos, isso representa quase 9 a cada 10 pessoas, nível considerado perigoso especialmente para quem tem doenças crônicas como diabetes.

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“Certos medicamentos podem interferir no controle dos níveis de glicose no sangue, causando complicações graves, como hiperglicemia ou danos aos órgãos, especialmente aos rins e ao coração. A orientação geral não é simplesmente evitar esses remédios, mas sim buscar orientação profissional para cada caso”, alerta o supervisor farmacêutico da rede Santo Remédio, Jhonata Vasconcelos.

A diabetes possui dois principais tipos: o primeiro ocorre quando o corpo não produz insulina, exigindo reposição externa, o que está mais associado a fatores genéticos. Já o segundo acontece quando o corpo não usa insulina adequadamente, resultando em glicose alta no sangue. Geralmente está associada à obesidade e estilo de vida sedentário.

Corticoides, anti-inflamatórios, antibióticos

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De acordo com Jhonata Vasconcelos, muitos medicamentos comuns podem elevar os níveis de açúcar no sangue, o que pode ser perigoso para quem tem diabetes. “Remédios corticoides, como prednisona e dexametasona, são frequentemente usados para tratar inflamações e doenças autoimunes, mas podem causar elevação significativa da glicemia. O uso prolongado desses medicamentos deve ser evitado ou rigorosamente monitorado por um médico”, alerta.

Outro grupo de medicamentos que requer atenção são os anti-inflamatórios não esteroides (AINEs), como ibuprofeno e diclofenaco. Segundo o farmacêutico, eles são amplamente utilizados para alívio de dores e inflamações, mas em pacientes com diabetes, principalmente aqueles com problemas renais, esses remédios podem piorar a função dos rins.

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Um estudo divulgado em 2022, conduzido por pesquisadores da Universidade de Copenhagen, na Dinamarca, apontou que o uso de anti-inflamatório em pacientes com diabetes tipo 2 está associado à maior probabilidade de desenvolver insuficiência cardíaca.

Outra classe bastante comum, a dos antibióticos, exige cuidado especial. Jhonata explica que esse grupo é prejudicial a qualquer indivíduo que o utiliza por muito tempo, mas os danos são maiores em diabéticos.

“Alguns antibióticos podem afetar o controle da glicemia, especialmente aqueles que alteram o metabolismo ou a função renal. Além disso, o fígado do diabético, que é responsável pela metabolização dos medicamentos, pode sofrer lesões”, alerta. Alguns tipos de antibióticos também podem aumentar a taxa de glicose no sangue.

O que fazer?

Para Jhonata Vasconcelos, a chave para um tratamento seguro é o acompanhamento constante e a busca por informação profissional. Além da consulta junto a um médico, que é a pessoa indicada para prescrever medicamentos, os farmacêuticos podem tirar dúvidas sobre o tratamento e indicar opções similares de mesmo resultado, como alguns genéricos, para quem não tem condições, muitas vezes, de adquirir o remédio de marca.

“O cuidado com a diabetes precisa ser constante. É essencial que os pacientes informem ao médico sobre todos os medicamentos que estão utilizando, inclusive os de venda livre, e não deixem de esclarecer todas as dúvidas. O mesmo pode ser feito nas farmácias, onde há profissionais qualificados para passar orientações e até realizar medições da taxa glicêmica, quando houver a oferta desse serviço”, afirma.