O Amazonas tem a terceira maior proporção de evangélicos do Brasil, segundo dados do Censo 2022 do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). Esse grupo representa 39,37% da população com 10 anos ou mais, totalizando 1.267.989 pessoas. O percentual está acima da média nacional, que é de 31,7%, ficando atrás apenas de Rondônia (40,7%) e Acre (40,5%).
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Os dados do IBGE, divulgados nesta sexta-feira (06/06), mostram que em 2010 os evangélicos correspondiam a 30,56% da população nessa faixa etária no Amazonas, o que representava 833.811 pessoas. Em 12 anos, houve um crescimento de quase 10 pontos percentuais, um acréscimo de mais de 434 mil pessoas.
No mesmo período, a proporção de católicos caiu de 60,01% (1.637.293 pessoas) para 47,39% (1.526.406 pessoas). Embora o percentual tenha diminuído, os católicos ainda são maioria em números absolutos, mesmo que estejam cada vez mais próximos dos evangélicos no estado.
O Censo também mostra crescimento no número de pessoas que se declaram sem religião, passando de 164.727 (6,04%) em 2010 para 237.767 (7,38%) em 2022.
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Práticas de matriz africana
Outro destaque é o aumento das religiões de matriz africana, como Umbanda e Candomblé, que cresceram de 1.514 (0,06%) para 10.472 pessoas (0,33%), um aumento de quase sete vezes, apesar de ainda representarem uma parcela pequena da população com 10 anos ou mais.
Outras crenças — incluindo tradições indígenas, islamismo e judaísmo — passaram de 75.709 pessoas (2,77%) para 147.659 (4,57%), revelando uma diversificação crescente no cenário religioso do estado.
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O espiritismo foi uma das poucas crenças que registrou queda. Em 2010, o Amazonas contabilizava 13.010 espíritas (0,48%). Em 2022, esse número caiu para 12.203 (0,38%) interrompendo uma tendência de crescimento que vinha sendo observada nas décadas anteriores.
Município
Em 2010, a religião católica predominava na maioria dos municípios do Amazonas com 70% da população declarada católica em algumas localidades. Somente em Atalaia do Norte essa proporção era inferior a 50%.
Em 2022, essa presença católica caiu drasticamente: somente quatro municípios mantiveram mais de 70% de católicos, enquanto em mais da metade das cidades a proporção ficou abaixo de 50%. Por outro lado, os evangélicos, que em 2010 não ultrapassavam 50% em nenhum município, passaram a ser maioria em sete municípios em 2022.
As maiores quedas no número de católicos ocorreram em Juruá e Itamarati, com reduções de 32,7 e 31,4 pontos percentuais, respectivamente. Em Juruá, o percentual caiu de 66,9% em 2010 para 34,2% em 2022. Em Itamarati, a queda foi de 78,1% para 46,7% no mesmo período.
Os maiores aumentos na proporção de católicos ocorreram em Santa Isabel do Rio Negro e Boa Vista do Ramos. Em Santa Isabel, o percentual subiu de 60,8% para 68%, enquanto em Boa Vista do Ramos passou de 72,5% para 74,5%, tornando-se o segundo município com maior concentração de católicos no estado, atrás apenas de Nhamundá, com 82,3%.
Quanto aos evangélicos, os maiores aumentos foram registrados em Itamarati (de 13,7% para 39,8%) e Carauari (de 22,7% para 46,8%). As maiores quedas ocorreram em Boa Vista do Ramos (redução de 3,1 pontos percentuais) e Urucurituba (redução de 2,5 pontos).
O espiritismo, presente em 29 municípios em 2010, passou a constar em 36 em 2022, com Envira tendo a maior proporção (0,77%). As religiões de matriz africana (Umbanda e Candomblé) aumentaram de oito municípios em 2010 para 44 em 2022, com Manaus apresentando a maior proporção de praticantes (0,53%), seguida por Iranduba (0,44%).