O Ministério Público do Estado do Amazonas (MPAM) causou um alvoroço desnecessário ao divulgar que uma de suas promotorias investiga “risco de desabamento da Ponte Rio Negro”, que liga Manaus aos municípios de Iranduba, Manacapuru e Novo Airão. O promotor do caso, Paulo Stélio Sabbá Guimarães, deu asas a um boato surgido a partir de um vídeo que mostra uma leve erosão causada pelas águas das chuvas em área próxima aos pilares da ponte.

Foto: Divulgação
Quem conhece minimamente o processo de construção da Ponte Rio Negro sabe que aqueles pilares estão a dezenas de metros de profundidade, uma estrutura de concreto com uma ferragem impressionante construída entro de tubos metálicos de 1 metro de diâmetro. Não são pilares colocados sobre o barro que aparece debaixo da ponte quando o Rio Negro seca.
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Portanto, a tal erosão mostrada no vídeo nem pode ser considerada erosão. Se o promotor chamasse qualquer estudante de engenharia receberia a mesma resposta enviada pela Semdurb (Secretaria de Estado de Desenvolvimento Urbano e Metropolitano), ou seja, que não há qualquer risco de comprometimento da estrutura da ponte.
Não há motivo algum para instaurar qualquer processo de investigação para apurar um boato descabido. Ao instaurar o inquérito um procedimento para apurar o boato, o MPAM dá ares de veracidade a uma mentira, plantada por gente sem qualquer conhecimento de engenharia. Uma visita do promotor ao local talvez fosse suficiente para destinar à lata do lixo a tal denúncia recebida pelo MPAM.
No fim das contas, o fardo ficou com a comunicação social do MP, que divulgou nota assumindo a culpa pela divulgação do texto que gerou repercussão negativa na sociedade amazonense. Infelizmente.
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“Nota de esclarecimento”
Em atenção ao release intitulado “Suposto risco de desabamento da Ponte Rio Negro é investigado pelo MP”, veiculado pela Comunicação Social do Ministério Público do Amazonas, na tarde desta segunda-feira (28/04), informamos que não há comprovação técnica, via laudo, da divulgada possibilidade de desabamento.
Existe um procedimento em andamento, por parte da 63ª Promotoria de Justiça Especializada na Proteção e Defesa da Ordem Urbanística (Prourb), mas para apuração do problema erosivo que acomete um dos pilares, objeto de denúncia ao MPAM há alguns meses e cuja resposta por parte do Governo do Estado foi de que não existem riscos para a estrutura da ponte e que a área afetada não compromete a estrutura da obra.
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Esclarecemos que o intuito, em momento algum, foi causar pânico na população, mas, como de costume, informarmos sobre todas as medidas e ações deste Ministério Público em prol do interesse coletivo.
Diante da repercussão gerada em torno do conteúdo, a matéria foi retirada do ar, no portal e também das redes sociais, mas a apuração na promotoria segue em andamento, conforme informado pelo promotor de Justiça Paulo Stélio.
Elvis Chaves
Chefe de Comunicação do Ministério Público