LUTO

“A monstruosidade o levou”, afirma viúva do sambista Paulo Onça, após confirmação de sua morte nesta segunda-feira (26/05)

O músico foi vítima de agressão em Manaus


Morreu, na tarde desta segunda-feira (26/05), aos 63 anos, o sambista Paulo Juvêncio de Melo Israel, conhecido como Paulo Onça. Paulo estava internado desde dezembro de 2024 no Hospital Universitário Getúlio Vargas (HUGV), no Centro de Manaus, após ter sido agredido pelo comerciante Adeilson Duque Fonseca, devido a um acidente de trânsito, ocorrido no dia 5 de dezembro de 2024 na Rua Major Gabriel, bairro Praça 14, zona sul da capital. A morte de Paulo Onça foi confirmada pelo advogado do sambista.

Foto: Divulgação

Paulo era conhecido nacionalmente no mundo do samba, ao ter sido compositor da Escola de Samba carioca, Grande Rio, além de ter realizado diversas parcerias com celebridades renomadas da música, como Jorge Aragão e Zeca Pagodinho.

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A viúva do artista amazonense concedeu uma entrevista revelando a luta de Paulo Onça pela vida e a fé da família na sua recuperação. “A ficha ainda não caiu, eu acho que eu ainda estou subindo com o filho dele para a gente ir para visita, né, para chegar lá e dar força para ele. Bora, onça, bora, guerreiro, levanta, sabe? Então, eu não sei, eu ainda não entendi, assim, ainda não perdi ele, entendeu? Porque eu tinha muita fé. O Paulo passou quase cinco vezes entrando no centro cirúrgico, lutando pela vida, mas a monstruosidade o levou.”, afirmou.

A esposa do compositor solicita que seja feita justiça contra o agressor de seu marido. “A gente não vai deixar impune, a gente vai lutar, a justiça está sendo feita, vai ser feita, e esse homem, esse monstro que a gente não pode classificar como homem, como ser humano, precisa pagar, e ele tem que ir para júri popular, e nós vamos lutar pela memória do Paulo,” finalizou.

Foto: Divulgação

Biografia

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Manauara, Paulo Juvêncio de Melo Israel, começou sua carreira artística aos 16 anos, e em 1990 se destacou na composição do samba-enredo “Nem Verde e Nem Rosa”, da Vitória Régia, sagrando-se campeão naquele ano. O samba tornou-se um hino do carnaval amazonense.

No âmbito nacional, Paulo Onça fez história no carnaval carioca, quando em 1998 conquistou o 7º lugar na Escola Acadêmicos do Salgueiro, através da parceria com Quinho e Mestre Louro, com o samba homenageando o município de Parintins, interior do Amazonas.

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O compositor amazonense consolidou sua importância no samba, assinando, em 2017, com os compositores Kaká, Alan Vasconcelos, Dinho Artigliri, Rubem Gordinho e Marco Moreno, o samba-enredo da Grande Rio, que homenageou a cantora baiana Ivete Sangalo. Paulo Onça firmou-se como figura frequente no concurso da escola do município de Duque de Caxias, região metropolitana do Rio de Janeiro.

Foto: Divulgação

Entenda o caso

No dia 5 de dezembro de 2024, uma câmera de monitoramento registrou o momento de um acidente de trânsito, ocorrido na Rua Major Gabriel, bairro Praça 14, zona sul da capital, entre o automóvel do então compositor Paulo Onça e o veículo do comerciante Adeilson Duque Fonseca.

O fato desencadeou em um momento de fúria do comerciante que agrediu com socos o rosto de Paulo, que ficou desacordado dentro de seu veículo. O motivo da agressão foi devido ao automóvel conduzido pelo sambista ter avançado o sinal vermelho e bater no veículo de Adeilson.

O compositor foi conduzido ao Hospital Universitário Getúlio Vargas (HUGV), localizado no Centro de Manaus, de onde faleceu devido à gravidade dos ferimentos.